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25 DE ABRIL

Menos de uma semana após eleição, PCP faz comício em defesa da Revolução dos Cravos

16 de março de 2024 - 22h10

Por Lúcia Rodrigues 

Os resultados negativos na eleição legislativa do último domingo, 10, em Portugal, não arrefeceram os ânimos dos comunistas para prosseguirem na luta contra o fascismo e a direita liberal.

Com o lema: Força de Abril. Coragem de Sempre, o PCP (Partido Comunista Português) reuniu centenas de militantes nessa sexta-feira, 15, em Lisboa, para fazer um balanço do pleito eleitoral, além de reforçar o compromisso do Partido na defesa da Revolução dos Cravos, que este ano comemora os 50 anos da derrubada da ditadura salazarista.

O secretário geral do Partido, Paulo Raimundo, destaca que os cerca de três milhões de votos depositados nas urnas para os partidos de direita e extrema direita serão desastrosos para os trabalhadores.

“Desses partidos só virá mais favorecimento dos interesses dos grupos econômicos, mais ataques aos serviços públicos, mais desmantelamento do SNS (Serviço Nacional de Saúde) e da escola pública, mais ataques ao regime democrático”, enfatiza.

O dirigente também ressalta que essa votação foi pautada em mentiras que iludiram a população. “Um voto assente na demagogia, na mentira e na ilusão, e que arrastou e enganou milhares para a falsa ideia da mudança. Essa mudança que de fato se exige, mas que não virá pelas mãos de PSD (Partido Social Democrata), CDS (Centro Democrático Social), IL (Iniciativa Liberal) e Chega.”

Raimundo também não poupa o PS (Partido Socialista), que tinha a maioria absoluta de deputados na Assembleia da República, o congresso nacional português, até as eleições de domingo.

“Com tudo na mão, uma maioria, um governo e condições financeiras, optou por não responder aos problemas centrais da vida dos que vivem e trabalham no país. E, ao não fazê-lo, aumentou a justa indignação e sentimento de injustiça de milhões de trabalhadores, ao mesmo tempo que se ajoelhou perante os benefícios e apoios aos grupos econômicos. Um PS que, em particular nos últimos dois anos, deu palco e alimentou as forças mais reacionárias” critica.

O líder comunista antecipa que o PCP votará contra o novo governo de direita, se o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, insistir em indigitá-lo para assumir funções.

“Apresentaremos uma moção de rejeição. A direita e os seus projetos só podem contar com a frontal  oposição do PCP.  Não peçam ao PCP para alimentar ilusões, sabemos bem e desde já o que se pode esperar da direita, sabemos bem para quem sobra sempre o projeto da direita.  Com o PCP não há tolerância mínima ao projeto da direita, não nos peçam paciência ou esperar para ver perante um caminho de desastre nacional. Cada um que assuma as suas responsabilidades e decida a partir do que entender. Da nossa parte não há ilusões nem  benefícios da dúvida. Seremos a oposição.”

Ele agradeceu o empenho da militância comunista e ressaltou a importância da votação conquistada nas urnas.

“Depois disso tudo, desse esforço, dessa animação e confiança crescentes, vêm uns resultados eleitorais que criaram uma situação ainda mais favorável ao grande capital e à intensificação da política de direita”, lamenta.

“Mas a importância do conteúdo e da mobilização da nossa campanha, que ganhou e fixou votos, projeta-se para além das eleições, projeta-se nessa luta que continua. É com a força que o povo nos deu. É com os mais de 200 mil votos e os quatro deputados eleitos, mas é também com a força global que temos, muito para além da institucional, que estaremos, como sempre, junto dos trabalhadores e do povo”, acrescenta.

O comunista reforça a importância de manifestações robustas no próximo dia 25 de Abril.  “Apelamos a  grandes e massivas comemorações populares. Um grande momento de afirmação do seu exemplo transformador, das conquistas, dos valores e do  projeto de presente e de futuro, que é a Revolução de Abril. É hora de sair à rua. É hora de sair à rua em todo o lado e levantar bem alto esse projeto de futuro que é Abril.”

 

 

 

 


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