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SÃO PAULO

Cordão da Mentira denuncia violência do Estado contra população marginalizada e movimentos sociais; padre Júlio participa do desfile

Manifestantes participam da primeira edição do desfile do Cordão da Mentira na capital Paulista. Foto: Cordão da Mentira

01 de abril de 2022 - 12h33

Por Lúcia Rodrigues

O Cordão da Mentira volta às ruas nesta sexta-feira, 1, com seu tradicional desfile-escracho pelo centro da capital paulista, para denunciar a violência de Estado contra a população marginalizada e os movimentos sociais.

O coletivo, que reúne vários grupos teatrais, completa 10 anos de apresentações, sempre realizadas no dia primeiro de abril, para denunciar o golpe militar e as violações aos direitos humanos que continuam provocando vítimas até hoje.

Segundo a premiada atriz Fernanda Azevedo, do Coletivo Comum (antiga Kiwi Companhia de Teatro), uma das organizadoras do evento, o objetivo do Cordão da Mentira é denunciar a ligação dos crimes do passado com os do presente.

“O Cordão nasce para denunciar isso. A relação é direta entre a não punição dos crimes praticados pela ditadura e as violências que acontecem hoje. A instalação tardia de uma Comissão da Verdade e a não punição de nenhum torturador, permitiu que as violações continuassem a ocorrer”, enfatiza a atriz.

E completa: “A gente canta a denúncia de um Estado criminoso, que mata nas periferias e tem um miliciano no poder. Atuamos no campo simbólico e da memória, no combate ao fascismo e ao projeto de desmemorialização que tem como função política desconectar as lutas”.

A manifestação cultural desta sexta será mesclada por intervenções teatrais e regada a samba. A concentração para o desfile está marcada para as 17h, em frente ao Teatro Municipal, onde o Companhia do Tijolo comanda um coral.

Dali os manifestantes partem, às 18h, para a sede do Ministério Público do Estado, localizado na esquina da avenida Brigadeiro Luiz Antônio e rua Riachuelo, onde várias intervenções artísticas serão realizadas.

Ao longo do trajeto, o Coletivo Comum/Kiwi Companhia de Teatro, Companhia do Tijolo, Tablado de Arruar, Folias D’Arte, Bloco Agora Vai, Quilombaque, Sobreviventes do Cárcere e Próxima Companhia fazem suas apresentações ao público.

O padre Júlio Lancellotti e a fundadora do movimento Mães de Maio, Débora Maria Silva, são algumas das lideranças que confirmaram presença no desfile do Cordão da Mentira.

As Mães de Maio, coletivo que reúne mães de vítimas da violência policial, serão homenageadas pelo Cordão.

Os mortos e sobreviventes do Massacre do Carandiru, que este ano completa 30 anos, também serão homenageados pelos organizadores do ato.

O desfile deste ano irá homenagear também o ex-preso político Alípio Freire, que morreu no ano passado vítima da Covid-19. Alípio era um dos fundadores do Cordão da Mentira.

A intervenção cultural desta sexta-feira termina em uma roda de samba no Galpão do Folias, localizado na rua Ana Cintra, 213, em Santa Cecília, no Centro.

 


Comentários

Elzira Vilela

01/04/2022 - 13h58

Excelente manifestação política, artística!
O momento exige mais e mais manifestações populares!
Saudação aos articuladores !!!

Glayds Romeo Peccequillo

01/04/2022 - 18h06

Maravilhoso esse movimento. Mantém o impulso necessário para o avanço da nossa consciência histórica.

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