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EM DEFESA DA QUALIDADE

USP relembra 20 anos da greve estudantil que paralisou Faculdade por mais de 100 dias

Estudantes participam de assembleia no prédio da Ciências Sociais e Filosofia durante a greve de 2002

23 de agosto de 2022 - 11h56

Por Lúcia Rodrigues

Uma greve estudantil paralisou a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP (Universidade de São Paulo), a maior e mais importante universidade da América Latina, por mais de 100 dias há duas décadas.

A contratação de professores para repor as vagas deixadas em aberto pelos mestres que se aposentavam era a reivindicação dos estudantes.

“Na virada dos anos 90 para o século 21, a reitoria da USP adotou uma política de não reposição de professores, o que provocou um verdadeiro caos na Universidade. As salas ficaram lotadas, com turmas enormes. Não existia espaço, muitos alunos assistiam as aulas nos corredores”, explica o professor da História Rodrigo Ricupero, um dos líderes daquela greve.

“A greve estudantil da FFLCH durou mais de 100 dias e derrotou essa política. Obrigou a reitoria a contratar uma grande quantidade de professores. Foi uma greve vitoriosa e que salvou a Faculdade e, por extensão, a própria USP de um processo de precarização do ensino”, recorda.

O docente também relembra a importância do apoio de professores e funcionários ao movimento.

“Foram as lutas estudantis junto com a mobilização dos docentes e funcionários técnico-administrativos ao longo dos tempos que impediram e têm impedindo a destruição da universidade pública, gratuita e de qualidade, particularmente contra a política do PSDB no governo do Estado. Essa luta continua na ordem do dia, daí a importância de relembrar essa experiência vitoriosa”, conclui.

Ricupero é um dos organizadores do debate que vai ocorrer a partir das 16h desta quinta-feira, 25, no auditório Nicolau Sevcenko, no prédio da História e Geografia, na Cidade Universitária.

Além dos personagens que construiram a greve de 2002 e o movimento estudantil na Universidade, o evento também contará com a presença de representantes do DCE-Livre Alexandre Vannuchi Leme, da Adusp, a  Associação dos Docentes, e do Sintusp, o Sindicato dos Trabalhadores.

Também será realizada uma mesa em homenagem ao estudante de Geologia da USP Alexandre Vannuchi Leme, ativista da ALN (Ação Libertadora Nacional), assassinado sob tortura no DOI-Codi da rua Tutóia, em Sâo Paulo, em 1973. Vannuchi dá nome ao Diretório Central dos Estudantes da USP.

 

 


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