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Chega rompe acordo com direita neoliberal e Parlamento português continua sem presidente

O candidato do PS, Francisco Assis, deposita o voto na eleição para a Presidência do Parlamento

26 de março de 2024 - 23h37

Por Lúcia Rodrigues

Numa reviravolta de uma vitória que parecia certa para a direita neoliberal voltar presidir a Assembleia da República, o parlamento português, todas as possibilidades estão sobre a mesa neste momento, inclusive o PS (Partido Socialista) vencer a eleição.

Após o fascista Chega romper o acordo com o PSD (Partido Social Democrata), da direita neoliberal, o  candidato, José Pedro Aguiar-Branco, foi derrotado na votação que ocorreu na primeira sessão legislativa nesta terça, 26.

O deputado do PS, Francisco Assis, venceu dois dos três escrutínios, mas não obteve os 116 votos necessários para se tornar presidente. Porém, se deputados do PSD migrarem para sua candidatura, o resultado pode mudar.

O impasse, que mantém o Parlamento paralisado, prossegue até esta quarta, 27, quando uma nova eleição deverá ser realizada.

Com a derrota, o PSD pode substituir seu candidato. O partido não antecipa, no entanto, se irá manter ou não Aguiar-Branco na eleição.

As candidaturas podem ser registradas até às 11h (horário de Lisboa).

O deputado comunista Antonio Filipe voltará a presidir a sessão que deve eleger o novo presidente do Parlamento.

Para o PCP (Partido Comunista Português), é prioritário a Assembleia da República voltar a funcionar.

O Chega foi muito critícado pela direita neoliberal. O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusou André Ventura de irresponsabilidade e de fazer birra.

Ventura defende-se: “O Chega não está disponivel para ser humilhado”.

O fascista optou pela ruptura para obrigar o PSD a expor publicamente o acordo que havia feito nos bastidores.

Analistas políticos ressaltam que o Partido não entendeu que a entrada do Chega no cenário, mudou completamente a forma de relação no Parlamento.

“O PSD achou que estava negociando no terreno anterior”, declarou um deles.

A traição na primeira votação alertou os deputados neoliberais de que o Chega não lhes garante a estabilidade almejada.

Gado fascista

A maioria dos deputados do Chega evitou falar com a imprensa no primeiro dia dos trabalhos legislativos. “O líder (Ventura) é que sabe”, repetiam ao negar as entrevistas.

Entre os que silenciaram, está o deputado brasileiro Marcus Santos, detido duas vezes por violar regras de imigração nos Estados Unidos.

Curiosamente, uma das principais bandeiras do partido pelo qual se elegeu é justamente a perseguição contra imigrantes.

Já entre os poucos que falaram, está o deputado mais velho do Chega, Diogo Pacheco de Amorim, ex-dirigente de um movimento de extrema direita que atuou no combate aos comunistas durante o PREC (Processo Revolucionário em Curso) na sequência à Revolução dos Cravos.

Acusado de realizar atentados contra os comunistas, ele reage: “Não tenho nem nunca tive, qualquer responsabilidade em qualquer coisa que tenha acontecido. Tinha funções meramente políticas, de análise política . Renego completamente e digo com toda a convicção que não houve rigorosamente nada. Se quiserem, provem. Não podem provar, porque nunca houve. Portanto, não pode haver provas”.

Entre as acusações que pairam sobre o movimento dirigido por Pacheco de Amorim estão uma tentativa de golpe de Estado em março de 1975, além de atentados contra partidos de esquerda e a morte de duas pessoas, vítimas de ataques à bomba.


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